segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Curiosidades sobre a Copaíba


É comum o uso da copaíba para fins medicinais desde muito tempo. Entretanto, você já teve a curiosidade de saber como esta era realmente utilizada, ao longo da história?


Existem muitos fatos históricos descritos. Vejam a seguir alguns deles.


A crença no uso da Copaíba foi iniciada com os índios, eles untavam seus corpos com o óleo depois das batalhas e deitavam-se em redes estendidas sobre brasas, acreditando que assim se livravam dos males. Possivelmente, descobriram esta propriedade do óleo a partir da observação dos animais que se esfregavam no tronco da copaibeira, tentando se livrar de coceiras e ferimentos.


Os colonizadores europeus, a partir do século XVI, descobriram outras aplicações do óleo de copaíba além das conhecidas pelos índios, utilizando-o como anti-séptico das vias urinárias e respiratórias, particularmente para combater a bronquite. Na Europa a copaíba recebeu o nome de “bálsamo dos jesuítas”, em função da introdução do óleo no Velho Continente ter se dado por estes religiosos.


No Brasil, por volta do século XVII, os médicos brasileiros contornavam a escassez de remédios no país recorrendo às drogas indígenas, sendo a copaíba muito usada pelos viajantes que cruzavam a região.


O naturalista alemão Theodoro Peckolt, um dos promissores na investigação das propriedades medicinais da flora brasileira, considerou a copaibeira uma das árvores mais úteis na medicina. Em 1677, o óleo de copaíba já constava da farmacopéia britânica e em 1820 incorporou-se à farmacopéia norte-americana.



Mais curiosidades sobre o uso...

Da copaibeira, o óleo, o fruto e a madeira podem ser aproveitados, porém, a raiz é considerada venenosa.

O óleo natural da copaíba é formado na fase adulta, quando o cerne da árvore perde a circulação da seiva e parte de suas células se decompõe gerando o óleo, se acumulando em cavidades no tronco. A extração do óleo precisa ocorrer de forma sustentada, obedecendo a cuidados como a forma de coleta estabelecendo limites para o volume a ser coletado, para que a planta tenha sobrevida, uma vez que, o óleo funciona como defesa da planta contra animais, fungos e bactérias.

Você sabia que pode estar guardando o óleo de copaíba de forma errada?

Pois, tenha agora a certeza se está fazendo certo!
O armazenamento do óleo deve ser feito em recipiente fechado e guardado em ambiente seco e arejado, sem incidência de luz solar. Nessas condições, o óleo pode ser armazenado por até um ano.

O óleo de copaíba usado como combustível? Oi???  Como assim?

Sim!!!
A copaibeira, além de ser usada como madeira e ter seu óleo-resina extraído do tronco para preparação de medicamentos, cosméticos, tintas e revelação de fotografias, o óleo também é utilizado como combustível na iluminação doméstica rudimentar. Existem várias pesquisas que estudam a utilização do óleo de copaíba em substituição ao óleo diesel, ou misturado a ele como combustível alternativo à gasolina para motores. A vantagem sobre o querosene e o óleo diesel é que ele tem baixos percentuais em resíduos de carbono, enxofre e apenas traços de água e sedimentos. Seu poder calorífico, de 10.044 kJ/kg, é superior ao de outros óleos vegetais como mamona e amendoim.

O consumo do óleo, em condições similares, é cerca de 8% menor que o do óleo diesel e não requer alterações nos motores. O INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) testou o óleo de copaíba em motores diesel, durante dois anos, e constatou que não houve alteração dos motores nem a necessidade de aditivos ou esterificação, como é comum com outros óleos.

Por outro lado, o uso do óleo com fins energéticos é inviável, uma vez que, os usos medicinais são mais nobres e os gastos para obtenção deste combustível é superior ao diesel.


Referências Consultadas

PASTORE JR., F.; LEITE, F. H. F. Análise e crítica tecnológica: Copaíba (Parte I) e Babaçu (Parte II). Universidade de Brasília (UNB), Instituto de Química, Laboratório de Tecnologia Química, Brasília, 2003. Disponível em: <http://www.itto.int/files/itto_project_db_input/2202/Technical/1. 5%20An%C3%A1lise%20e%20cr%C3%ADtica%20tecnol%C3%B3gica%20-%20copa%C3%ADba%20e%20baba%C3%A7u.pdf> Acesso em: 02 abril 2016.

PIERI, F. A.; MUSSI, M. C.; MOREIRA, M. A. S. Óleo de copaíba (Copaíba sp.): histórico, extração, aplicações industriais e propriedades medicinais. Rev. Bras. Plantas Medicinais, Botucatu, v. 11, n. 4, p. 465-472, 2009.

SILVA, R. C. V. M. da; PEREIRA, J. F.; LIMA, H. C. de. O gênero Copaifera (Leguminosae – Caesalpinioideae) na Amazônia Brasileira. Rodriguésia, v. 59, n. 3, p. 455-476, 2008.

VEIGA JR., V. R.; PINTO, A. C. O gênero Copaifera L. Revista Química Nova, v. 25, n. 2, p. 273-286, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/v25n2/10455.pdf> Acesso em: 18 Set. 2016.

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